Há algum tempo atrás, mais precisamente no dia 23 de outubro
do ano passado, aniversário da minha querida amiga Valentine, estive presente
de corpo, alma e sangue em uma calorosa discussão sobre: o dinheiro é um deus?
Adianto-lhes logo que minha opinião diverge desse pensamento. Completamente!
Pra mim deus (ou Deus, como preferir) é uma questão transcendental, curandeira,
meio mágica até. E o dinheiro não é isso também? Ah, caros, atrevo-me a
dizer-lhes que não. O dinheiro é uma questão de realidade e não de
trancendência, de comida e não de cura, de ambição e poder e não de mágica. O
dinheiro está mais para uma questão de vida e não de morte. O que já de início
o difere quase que totalmente de deus, deus está muito mais presente na morte
do que na vida. Pare para pensar.
Porque cristãos e islâmicos (são eles que acreditam em deus,
né) devem ser bons aqui na Terra? Para não irem pro inferno depois de morrerem,
para irem a um lugar bom, legal, cheio de anjinhos e/ou virgens nuas. Em
paralelo a isso; alguém morre por dinheiro? Não, caros. Afinal, o que este
infeliz faria depois da vida com tão vital bem?
Aí você me diria, mas o mundo não gira em torno do dinheiro
do mesmo modo que gira em torno de deus? Eu te destruo com uma frase: Desculpe,
mas o mundo NÃO gira em torno de deus. Os cristãos de carteirinha diriam logo
que até os ateus só falam em sua não fé em deus e que todas as descobertas
sobre a origem do mundo e do universo terminam em uma energia monstra regente
das populações e da natureza. (Só citei esses dois argumentos porque: 1. Não
consegui pensar em outros 2. Provavelmente porque os outros não merecem nem
argumentos contrários, pois são questões de fé ou sei lá) Minha resposta para
as minhas próprias afirmações: primeiramente, os ateus não só falam disso. Eles
são físicos, historiadores, cientistas, economistas, teatrólogos, jornalistas,
astronautas. Ou seja, eles tem muito mais no que pensar. E segundo, cristãos
lembrem-se do que a igreja prega e para vocês deus não é nenhuma energia, é
como um homem (afinal, homens são sua imagem e semelhança) um velhinho bondoso
e mau, rodeado por arcanjos e etc, que pode te levar para o céu ou inferno e
até de deixar grávida sendo virgem!!!
Voltando para minha afirmação do início do parágrafo, o
mundo não gira em torno de deus. E nem do dinheiro, o mundo gira em torno das pessoas!
É a gente que importa, é o nosso respeito e carinho com nossa espécie e com
todas as outras.
O dinheiro pode mover o mundo (do mesmo jeito que os sonhos,
as utopias, as crenças, o amor e o ódio) mas nunca se trataria de uma
divindade. Ninguém endeusa o dinheiro, ninguém reza pedindo pro dinheiro salvar
seu filho da morte, ninguém quer ganhar dinheiro pensando em quando morrer irá
para um lugar bom, ninguém realiza cultos ao dinheiro para parar de chover e alagar as ruas do Recife.
Entendem o que quero mostrar, caros? Os fins e motivos para os quais se criaram
o dinheiro não foram os mesmo que se criaram deus. O dinheiro gira em torno do
Mercado, ou vice e versa, ele movimenta o mundo mas NUNCA será um deus – quando
podemos ver as origens históricas de deus e para que as pessoas usaram e usam
ele, compreendemos. A religiosidade está na origem, lá no que se ficou
conhecido como pré-história os homens já tinham criados deuses para atribuírem-lhe
respostas a perguntas desconhecidas. E o dinheiro? Ah! Esse é muito novinho
comparado a deus.
O dinheiro não é um deus, e nem deus. O dinheiro
simplesmente movimenta o Mercado, só. E deus? Movimenta as pessoas que nele
acreditam, só.