sábado, 5 de maio de 2012

"Queremos professor!"




"Queremos Professor! Queremos Professor! Queremos Professor!" Ao som desses gritos, minha pele se arrepiava toda. (Curioso o encontro da alma com o corpo, não é?) Proferidos por um pequeno grupo de estudantes da rede pública, que estão no último ano do colégio e a escola deles, simplesmente, não tem professores sufientes para dar aula!!! Eles não vão poder fazer o vestibular no fim do ano, porque eles perderam todo o assunto do começo do ano para cá - e no terceiro ano isso é MUITA coisa. Se fizerem a prova, muito provavelmente não vão passar porque estão muito atrás dos outros alunos de colégio público do estado, quiçá dos de colégio particular.
Ao mesmo tempo que a cena foi linda, foi triste, verdadeiramente lamentável. Foi bela pelo fato de alunos da geração "y" - tão mau julgada como alienada e apática - clamando por professores! Clamando por educação! Gritando em coro que não querem ser ignorantes.
Foi arrepiante. Para mim, o sentimento foi como assistir várias vezes seguida Amelie Poulain, deu uma vontade de viver enorme! É uma prova que existem pessoas que não querem continuar na ignorância, pessoas com sede de conhecimentos, de livros, pessoas que sabem que um futuro sem educação não dá. Ainda existem sonhadores! Sim, caros. Sonhadores!
O lado triste foi o motivo, claro. Falta de professores. E de quem é a culpa? Dos professores? Dos alunos? Da escola? Do governo? Não. A culpa é nossa. Inteiramente. Nós que nos acomodamos com o baixo salário dos professores no Brasil, nós que nos acomodamos com a exploração deles e com as altas horas de trabalho para uma miséria de remuneração. Quem tem que comprar essa briga somos nós jornalistas, historiadores, engenheiros, médicos, arquitetos, artistas e afins. A gente não saberia escrever  se não fosse um professor, nem ler, nem somar, nem realizar nosso trabalho. A gente não teria uma formação se não fosse eles. É clichê falar isso, eu sei. Mas não devia ser! Coisas ruins não deveriam ser temas clichês! Eles tem que ser falados, debatidos e solucinados. E os clichês devem continuar até a solução.
O que fazer agora? Devamos ir a luta, caros amigos, brigar pelos nossos professores. Assim como fizeram nossa meia dúzia de alunos.

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