Democracia, neoliberalismo, crise do capitalismo e globalização
Por Carolina Braga e Valentine Herold
A maioria dos historiadores concorda que o início da globalização se deu com o processo das Expansões marítimas, a partir do século XV, quando já havia sido plantado no mundo o embrião do modo de produção capitalista. Essa coincidência leva a maioria da sociedade a confundir os dois conceitos, ao ponto de um parecer fazer parte do outro. A partir do momento em que o avanço da globalização permitiu o incremento da importação e da exportação - não só de produtos como também de cultura, política e modos de vida - entre os mais diversos países e continentes, houve uma emergência na homogeneização dos consumidores e com isso se obteve uma falsa ideia de descentralização do capital, quando na verdade, o que se tem é um cada vez maior controle financeiro na mão de cada vez menos empresas. O economista Paul Singer define a globalização como sendo "um processo de reorganização da divisão internacional do trabalho, acionado em partes pelas diferenças de produtividade e de custos de produção entre países." Ou seja, de acordo com o economista, no cerne do processo de globalização está a desigualdade econômica - e consequentemente social - dentre as populações. Esse fator remete ao problema estrutural base do capitalismo; só existe o rico se existe o pobre. É neste ponto que existe uma profunda crítica ao atual modo de produção e no qual se é baseado as teorias que ditam o capitalismo como falido. Outro sistema intimamente atrelado ao modo de produção capitalista é o neoliberalismo. Este, que nasceu das teorias liberais de pensadores como Rousseau e Adam Smith, prega a mínima intervenção do Estado na economia. O que resulta – teoricamente- na livre concorrência no mercado, porém, não é o que de fato acontece pois o poder é mais uma vez concentrado nas mãos de poucos. O neoliberalismo, a globalização como ela é hoje e o capitalismo dificultam a confirmação de um estado democrático. Em artigo á Carta Maior, Saul Leblon entrevista Maria da Conceição Tavares sobre o neoliberalismo e a crise econômica – portanto, também crise do capitalismo. A entrevistada classifica a crise de “colapso empírico da agenda do neoliberalismo”. Talvez não exista um desfecho certo e previsível para o fim da crise econômica, política e também de identidade do próprio capitalismo. É um fato que este sistema não pode ser atrelado à democracia e que o mundo está percebendo isto de forma mais forte. Resta então a torcer para que um novo sistema (mais justo) chegue em breve.
Em meio a toda essa emergência de capital como base de vivência social, eu vejo a democracia como uma criança indefesa. O capitalismo controla e exclui (selecionando) enquanto o "neoliberalismo" é apenas um termo "novo" que dita a mesma regra do seu precedente: vamos deixar a "mão invisivel" da economia ditar as regras. Interessante porque, deixar ditar as regras implica justamente em excluir as vozes opositoras, como a democracia. E a globalização é um grito ao monopólio mundial. Tem seus pontos bons, com certeza, porém quem a usa para a homogeneidade por vezes consegue seu objetivo. Ótimo post Carol!
ResponderExcluira banda mali tá mto bem de escritoras,hehe.
ResponderExcluirEu te diria que mais do que torcer por um mundo justo nós devemos transformá-lo, construí-lo. A empreitada é difícil, é uma engenharia complicada exatamente porque transcende a matemática euclidiana.
ResponderExcluirDe toda forma, como diz Eduardo Galeano, há na barriga desse mundo de merda um outro mundo em gestação, por mais que o parto seja difícil.
Gostei do blog, especialmente por colorir o mundo árido da política com a poesia que nos faz lembrar que ainda há vida para a gente, vez em quando, nos embriagarmos.
Estou de passagem, gostei dessa postagem. Realmente, não sou muito fã de como anda o nosso sistema financeiro não, creio também que como andam as coisas hoje em dia, tem supervalorizado a diferença social e muito.
ResponderExcluirParabéns pelo post.