quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Brasil, mulheres e laicismo

Ultimamente eu tenho pensado muito e sobre muitas coisas. Acho que isso é um bom sinal já que quanto mais eu pensar, mais eu serei livre. (Será?)
Mas esses meus pensamento andam perambulando por aí e eu não tenho escrito sobre eles, isso está me preocupando bastante.
Um dias desses quando por um milagre eu estava durante a tarde em casa (na verdade não foi nenhum milagre, eu apenas faltei/não tive aula), enquanto eu fazia meu lanche taciurno estava passando a nova novela da Rede Globo das 18h (não faço ideia do nome e nem sei se é tão nova assim) e eu prestei atenção a uma cena de um menina dizendo que doar o bebê - ela estava grávida - seria tratá-lo como coisa. O primeiro pensamento que me subiu a cabeça foi o do quanto o Brasil é realmente um Estado laico com a graça de Deus (assim diz a nossa amiga distante e velha: a Constituição). Vocês podem não ter entendido meu pensamento, caros amigos, vou explicar-me.
Nesse capítulo da novela, só foi abordado o assunto do quanto uma pessoa é ruim, má, impiedosa se PENSAR em doar o filho. Preciso lembrar que isso é um valor bem cristão? Enfim, será mesmo que dar/doar para adoção um filho faz a medida do caráter de uma mulher? Se esta mulher tiver sido estuprada - lembrem-se que no ilustre país em que vivemos o aborto é proibido por lei e sob pena de excomungação - ela será obrigada a relembrar todos as vezes que olhar para aquele filho dos piores momentos de sua vida? E a criança? vai ser tratada com ódio, nojo e sem afeto - mas tenho certeza que é muito melhor uma criança num lar sem amor do que se estivesse em uma casa de alguém tivesse a adotado e a amasse - ridículo.
Se esta mãe for uma viciada em drogas que tem um marido bêbado que bate nela ao chegar em casa e descobrir que ela roubou a TV para pagar sua dívida com o traficante? É, mas eu acho que essa família tem total condições de criar uma criança porque doa-la seria pecado.
Sei que fui a dois casos extremos mas lembrem-se que no Brasil eles não são tão incumuns, gostaria de lembra-los também que os métodos contraceptivos não dão 100% de garantia e certeza. Mas isso parece óbvio para nós, não? Mas vá a uma família de classe média baixa na qual ninguém nunca pisou em uma escola e a relação mais próxima que teve com contraceptivos foi a distribuição de camisinhas no carnaval e pergunte a qualquer um deles o que eles usam para "previnir" a gravidez indesejada. Pois é queridos leitores, provavelmente a resposta vai ser "nada".
Bem, nem sei mais como eu cheguei aqui mas voltando ao cerne da questão; se o Brasil é um país tão laico não deveriam ser apontadas como más as pessoas que por ventura engravidaram e querem doar seus filhos, não deveríamos ter todos os nossos feriados nacionais católicos, na Constituição não deveria ter a frase "graças a Deus".
Essa é uma das muitas coisas que eu andei pensando, não cheguei a conclusão nenhuma. Mas sei que o Brasil tá um lixo e que eu quero ajudar a mudar. E vai ser escrevendo.
PS: Descupem-me pelos pensamentos soltos e jogados. Mas é que eles estão assim dentro de mim.

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