sábado, 27 de outubro de 2012

E quantas pessoas foram mortas pela polícia?

Desde o começo deste ano até a última quinta-feira, 85 policiais foram mortos em todo o Estado de São Paulo. O dado oficial, confirmado pela Polícia Militar, ainda não contabiliza a morte de um policial em folga, ocorrida na noite da última quinta-feira na capital paulista. Segundo a Polícia Militar, 67 destes policiais mortos eram da ativa e 18 aposentados. O número já é bem superior ao que foi registrado em todo o ano passado. Em 2011, de acordo com a PM, 56 policiais foram assassinados, tanto da ativa quanto os aposentados. Em 2010 foram 71 policiais militares, informou o órgão, que não comenta o balanço.

Também entre janeiro e setembro deste ano, 28 pessoas morreram em confrontos com policiais civis e 369 por policiais militares, totalizando 397 pessoas mortas em confrontos com policiais no período. Isso significou aumento de 8,5% em comparação ao ano passado. Nos mesmo período de 2011, 30 pessoas morreram em confronto com policiais civis e 333 por policiais militares, totalizando 363 pessoas mortas em confrontos.

Fonte: Agência Brasil



Eu me pergunto: PORQUE o lead está na morte dos policiais se o número de civis mortos porque aqueles que supostamente deveriam nos proteger é BEM MAIOR?

Há 13 anos, o repórter da Folha de S. Paulo, André Caramante é setorista de Segurança Pública (mais conhecido como repórter policial). Ele está exilado com toda sua família, depois de ser ameaçado de morte – supostamente por um policial militar. (Isso aqui é exclusivamente a minha interpretação.) Agora vou me explicar: no dia 17 de julho, ele publicou uma pequena matéria, "Ex chefe da Rota vira político e prega violência no Facebook", que falava sobre o tucano eleito vereador Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada (PSDB). As ameaças foram ficando sérias e ele teve que se esconder para não morrer. Hoje, escreve matérias online porque não pode aparecer na redação.
Em entrevista dada a coluna de Eliane Brum, na Revista Época, o repórter revela dados alarmantes. Ele faz tipo um “PEBodyCount”, sendo que a contagem é de PESSOAS mortas por PMS.

Eliane Brum - Você monitora o número de pessoas mortas pela polícia. Quantos foram mortos até hoje no estado de São Paulo?
Caramante – Sim, monitoro porque o jornal para o qual trabalho dá atenção especial para a questão da letalidade policial. Tenho meu próprio sistema de dados, no qual registro todas as mortes cometidas por policiais militares. Estes números não batem com os oficiais. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulga em sua página na internet apenas as chamadas "resistências seguidas de morte", mas há outros casos que entram na vala comum dos homicídios dolosos cometidos por qualquer cidadão. Minha contabilidade mostra que, entre 2005 e agosto deste ano, policiais militares mataram 4.358 pessoas no estado. Destas, 3.401 foram em “resistência(à prisão) seguida de morte” – figura jurídica inexistente, repito – e 957 em homicídios dolosos, que vão desde brigas em bar, no trânsito, casos conjugais, até mortes como a do empresário Ricardo de Aquino. São 47,3 mortos por PMs a cada mês. Ou seja: 1,5 a cada dia. Este é o retrato de uma Polícia Militar extremamente letal e que precisa passar por reformas o quanto antes. 



É, caros amigos, está na hora da gente mudar os nosso leads. Parar de ficar do lado dos mais fortes. Vamos ficar do lado da sociedade!
Eles querem enfiar na nossa cabeça que é normal as condições que existem hoje nas cadeias. Eles querem que a gente não acredite nos direitos humanos e de reabilitação de alguém que comete um crime. Se você perguntar a qualquer pessoa que tenha apenas a TV como fonte de comunicação, ou como principal fonte, ela vai dizer que presos tem que sofrer mesmo e nunca mais voltar à sociedade, quiçá, vai defender a pena de morte! (Esse é meu ponto de vista. Respeito completamente quem pensa dessa forma, que fique bem claro.)

Na semana passada um jovem foi morto dentro do Aníbal Bruno. Ivanilson Timóteo da Silva, de 20 anos, passou um ano preso por furto.

O que deveria ser um momento alegre e de alívio, transformou-se em dor e decepção para Ivanildo da Silva, pai de um reeducando do Presídio Juiz Antônio Lins de Barros, que pertence ao Complexo Prisional Professor Aníbal Bruno. Na última segunda-feira (15), ele foi buscar o filho, Ivanilson Timóteo da Silva, de 20 anos, que acabara de ganhar a liberdade. Mas, ao chegar ao local, foi informado de que o rapaz estava morto desde o último sábado (13). Ivanilson ficou preso por cerca de um ano por causa de furto.
Antes de saber o destino do filho, Ivanildo começou a semana com uma ligação do Fórum do Recife, informando que a juíza responsável pelo caso de Ivanilson queria vê-lo. No local, ele conversou com a magistrada, que concedeu o benefício para que o preso cumprisse a pena em liberdade. "Ela disse que eu podia pegar ele no presídio", contou. Quando o pai chegou ao Anibal Bruno, um homem pediu para que ele entrasse e esperasse. Minutos depois, o funcionário voltou com um papel na mão dizendo que tinha uma má notícia para dar. "Ele me disse que o meu filho estava morto. Eu lembro que eu olhei para ele e disse que não queria o papel, queria apenas o corpo do meu filho", disse. O homem que comunicou a morte de Ivanilson ao pai, mandou que ele procurasse o corpo do rapaz no Hospital Otávio de Freitas, no Sancho.

"Eu fui até o Otávio de Freitas, mas eles disseram que o meu menino estava no Instituto de Medicina Legal (IML)", contou. Naquele momento, Ivanilson ainda não havia sido informado sobre o motivo da morte do filho. "O que eu sei é que ele morreu no sábado dentro do presídio", afirmou.


Fonte: Aqui PE

É até engraçado de ler, mas olha a definição de polícia no Dicionário Michaellis (e depois pense se você algum dia já se sentiu protegido por ela).

polícia
po.lí.cia

sf (gr politeía) 1 Conjunto de leis e disposições que servem de garantia à segurança da coletividade. 2 Órgão auxiliar da justiça cuja atividade consiste em prevenir, assegurar, manter ou restaurar a ordem, a tranqüilidade, a segurança e a liberdade pública e individual; proteger a propriedade e zelar pela moralidade dos costumes averiguando, reprimindo ou apontando as causas que perturbem a sinergia social.







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